Estou a começar a despertar do pesadelo, do sono profundo e sem nexo em que cai. Neste momento, já me sinto a esperguiçar, a esticar os braços e as pernas, a contorcer-me na fase da ronha, nuns lençóis que até já nem me parecem asperos, nem frios... Simplesmente, estou a abrir os olhos.
E na janela vejo o nevoeiro a levantar, o Sol a querer raiar por entre a neblina, os pássaros a cantarolar, como se estivessem a anunciar um quente dia de Maio. O Mundo está a tornar-se verde, as flores estão a começar a desabrochar, as abelhas estão a sair da colmeia, os rebanhos a cheirar a erva orvalhada do campo do meu Alentejo...
No meu rosto começa a surgir um sorriso... Afinal não é mau estar vivo e nada, nem ninguém, merece o meu desespero, a minha tristeza, as minhas lágrimas.
Limpo os olhos, volto a esperguiçar-me, a olhar pela a janela a relembrar tudo pelo que passei, que vivi... Tive momentos muito bons que não irei esquecer, uma presença no peito linda, que será minha para sempre... Os maus? Já nem me lembro se houve.
Vou-me levantar! A vida não para, o espectáculo ainda agora está no princípio e eu não posso perder pitada... Não estava morto, estava apenas a dormir afinal; Estou vivo! E feliz por estar.
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